quinta-feira, julho 14, 2005

A nova safra de cantoras brasileiras. Nova mesmo?


Nova geração?

Felipe Neves, repórter iG em São Paulo
O crítico musical e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Walter Garcia Jr., faz uma comparação com outra cantora de sucesso do País, para mostrar como é difícil analisar a nova geração. "A Marisa Monte só definiu o rumo de sua obra a partir do terceiro CD", explica. "Antes disso, era experimentação pura, tiros para todos os lados", completa.
Além de Maria Rita, outro nome de maior repercussão é o de Vanessa da Mata, que, com seu CD homônimo de estréia, conseguiu agradar a gregos e troianos: ou seja, crítica e público. Seu segundo álbum, "Essa boneca tem manual", já não foi tão bem recebido. Por quê? Porque é muito pop, sentenciou a crítica. Muito mercado.
Apesar de considerar que ainda é cedo para analisar a obra dessas cantoras, Walter Garcia já aponta uma preocupação com relação a seus futuros trabalhos. Para ele, é imprescindível que elas definam uma identidade própria. "Ao ouvir a Maria Rita ou a Vanessa da Mata, a gente tem dificuldade de definir quem é a pessoa porque elas estão sempre se referindo ao passado".
Vanessa da Mata vem enfrentando o mesmo problema. Para Garcia, nos dois únicos álbuns que gravou até hoje, "ela alterna muitos altos e baixos". Em sua opinião, os baixos ficam mais nítidos quando ela tenta ser quem ela não é. "Tem trechos que ela canta idêntico a Gal Costa, Adriana Calcanhoto ou Marisa Monte". Que fique claro, Garcia não está rejeitando seu talento, muito pelo contrário. "Quando sentimos que ela está sendo ela mesma, tem canções interessantíssimas", afirma. Alberto Helena, embora faça questão de deixar claro que não conhece a fundo o trabalho de Vanessa, garante que ficou muito bem impressionado pela nova cantora. "Muito interessante. Gostei bastante quando vi um show dela na TV. Ela tem um repertório interessante e uma ótima presença de palco", diz.Carlos Calado ainda não conseguiu ouvir o segundo álbum de Vanessa da Mata. Por isso, acha que é melhor não falar sobre sua obra. Muito justo. No entanto, a impressão causada pelo primeiro CD no jornalista foi boa. "Acho a Vanessa bastante talentosa. Ela realmente já iniciou a carreira demonstrando talento", afirma, lembrando que, quando ainda era uma mera desconhecida, Vanessa teve uma música ("A força que nunca seca") gravada por Maria Bethânia.

Nenhum comentário: